No
último final de semana fiz um jantar que não é novidade... um
risoto, uma proteína e tomates recheados. Mas o fato de que há mais
de um ano fiz algo parecido me lembrou mais uma vez desse espaço.
Primeiro, é muito, mas muito importante ter um porquê ou um por
quem cozinhar, isso torna tudo melhor e mais fácil.
Mas
o que me admirei mesmo (admirar no sentido da expressão regional “me
admira você”) foi com uma evolução bem perceptível no prato.
Começando
pelo risoto: esses anos me lembraram que o risoto exige um pouco de
paciência, deixar em fogo baixo ou médio, colocando o líquido aos poucos
para deixar o arroz soltar o amido devagar, beeeem devagar... tudo isso é muito importante,
mais do que eu pensava. Antes eu colocava muita manteiga para dar uma
cremosidade ao risoto, mas com paciência, essa cremosidade vem como
um tipo de mágica. Dessa vez fiz risoto de cogumelos Funghi,
comprei eles secos, deixei 15 min na água morna, depois troquei a
água e usei-a para ir molhando o risoto depois do vinho.
Troquei a água para evitar de que alguma impureza possa ter saído
do cogumelo e ido parar no risoto.
A
carne. Comprei um pedaço de alcatra que ficou mais macio e
suculento. O que aprendi nesses anos possibilitou que isso
acontecesse: temperar antes, selar antes de colocar no forno (sem
ficar virando a carne de um lado para o outro, sela um lado, depois
outro e deu, tem que deixar o calor da carne saber para onde vai, se
ficar virando ele se perde, e corre o risco de torrar por fora e
ficar crua por dentro) e deixar descansar depois de assada. Assim,
mesmo bem passada (preferência dos guests), a carne não seca.
Também usei uma regrinha que li, de para cada 500g de carne, 35min à
162ºC (apesar de não saber se meu forno estava nos exatos 162ºC
porque a variância vai de 150-200, mas OK). Também achei
interessante fazer um molho para a carne, fiz com vinho branco,
gorgonzola, manteiga, farinha e creme de leite. Confesso que a ideia
do molho foi: se estiver seca ou sem sabor, coloco mais molho para
disfarçar =) (não sei se devia ter escrito isso).
Os
tomates tinham a receita parecida: tomate recheado com requeijão e ervas
e queijo provolone. Mas o que mudou aqui foi o capricho. Um cuidado
para ralar o queijo e deixar o tomate mais apresentável. Na foto
antiga tem um queijo provolone literalmente fincado no meio do
tomate. Vergonhoso!
Enfim,
a foto foi tirada pelo celular de uma convidada. E foi essa foto que
me lembrou de escrever e de como é bom acompanhar uma mudança
dentro de si. Só espero que a cozinha seja apenas uma de várias
outras mudanças que ainda preciso realizar.